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Olhar Olímpico

Primeiro grande evento do Parque Olímpico vende só mil ingressos em 2 dias

Demétrio Vecchioli

23/05/2017 04h00

Arquibancadas vazias na final feminina do Circuito Mundial

O primeiro grande evento para testar o Parque Olímpico da Barra como legado dos Jogos do Rio foi um fracasso de público. Apenas 1.078 pessoas pagaram ingresso para assistir às semifinais e finais da etapa carioca do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, que reuniu os melhores atletas do mundo. As duas sessões, no sábado à tarde e no domingo de manhã,  tiveram média de apenas 539 pagantes, com ingressos a R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia-entrada. A arena tem capacidade para 8 mil pessoas.

Essa foi a primeira vez que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) cobrou ingressos para uma competição oficial de vôlei de praia no Rio. Além disso, também de forma inédita o torneio não aconteceu na praia, na beira do mar, mas numa quadra artificial montada dentro de uma estrutura de concreto. E o público parece não ter respondido bem a esta novidade.

Desde o qualifying até as quartas de final, jogadas no sábado pela manhã, a entrada no Centro Olímpico de Tênis foi gratuita. Mesmo assim, o público não foi expressivo. Para as quatro partidas semifinais, no sábado à tarde/noite, foram vendidos apenas 399 ingressos. Depois, para as quatro partidas que valiam medalha, apenas 739 pessoas compraram ingressos. Visualmente a situação só não foi pior porque houve distribuição de entradas para crianças do projeto Viva Vôlei.

Fúlvio Danilas, diretor de vôlei de praia da CBV, admite que o público ficou aquém do esperado. "A gente tem que levar em consideração que o parque foi aberto recentemente. Esperávamos mais, mas temos que levar vários fatores em consideração. As pessoas ainda estão começando a se acostumar com o fato de que poder ir no Parque Olímpico ver uma competição. Temos que insistir e ter um pouco mais de paciência", defende.

Segundo ele, a CBV pretende organizar mais competições no Centro Olímpico, e, para atrair público, terá que se comunicar melhor. "Em Copacabana é fácil. Todo mundo passa em frente, vê a arena, sabe onde é. O parque é grande, tem varias arenas. Nós aprendemos como devemos comunicar, promover, e tenho certeza que o público que vai se acostumar com eventos no parque vai voltar. Os próximos eventos terão maior presença de publico", aposta.

Esse foi o primeiro evento organizado no Parque Olímpico depois de abertura de edital por parte da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) para ceder as estruturas. Pelo aluguel do centro de tênis, a CBV aceitou pagar pelo menos R$ 60 mil em benfeitorias, como instalação de luzes de emergência, mais o equivalente a R$ 130 mil em areia, que será utilizada para a montagem de quadras de areia permanentes no Parque.

Ainda não há outro evento de esporte de alto rendimento confirmado para o Parque Olímpico. A AGLO falhou na tentativa de trazer para o Velódromo do Rio o Mundial Júnior de Ciclismo de Pista, que seria disputado em agosto, da mesma forma que não conseguiu uma etapa da Copa do Mundo da modalidade.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.