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Olhar Olímpico

Criminosos jogam óleo em estrada para atrapalhar prova de ciclismo no Paraná

Demétrio Vecchioli

22/05/2017 13h27

Os ciclistas que participaram de uma prova ciclística na Estada da Graciosa, que liga Morretes a Curitiba, no Paraná, foram surpreendidos no domingo com um trecho de quase 200 metros repleto de óleo diesel. Os organizadores da corrida e a polícia rodoviária estadual acreditam que o líquido, cerca de 20 litros, tenha sido jogado por moradores do entorno da estrada turística, em boicote à competição que fecharia a via durante parte da manhã.

A largada da prova ocorreu às 8h, em Morretes, cidade turística no pé da Serra do Mar, e só quando os carros da organização e da polícia rodoviária chegaram ao trecho de paralelepípedo, cerca de 4km após a linha de largada, é que identificaram o óleo jogado na pista. Para piorar, a pista já estava molhada por causa da chuva.

A prova virou um festival de tombos, principalmente para os atletas que utilizavam bicicleta própria para o ciclismo de estrada, com pneus mais finos e lisos. Alguns se machucaram, ainda que sem gravidade, uma vez que, pelo fato de ser uma subida íngreme, todos estavam em baixa velocidade.

"Sorte que é prova de subida, então foram quedas leves, mas o pessoal não conseguia parar em pé A ambulância não conseguiu subir, foi bem chato", contou ao blog o organizador da prova, Laércio Poli. Por volta das 7h, a polícia rodoviária fez o bloqueio no alto da serra e desceu a estrada e não havia o óleo. Da mesma forma, ciclistas que desceram de Curitiba até Morretes para a largada afirmaram que não encontraram nada anormal.

Como a estrada estava fechada para veículos, a suspeita é que alguém das proximidades tenha jogado o óleo. "Não foi ocasional, que algum veiculo tenha derramado. A gente via que foi jogado o óleo. A gente não parava de pé", conta o sargento Maico, responsável pelo bloqueio da pista.

Ele mesmo abriu um boletim de ocorrência na delegacia de Morretes e encaminhou um relatório ao comando da Polícia Rodoviária. De acordo com o sargento, o óleo foi jogado cerca de 200 metros depois de um dos diversos quiosques que existem na beira da estrada e que atendem aos turistas, especialmente nos fins de semana.

A suspeita dos organizadores e da polícia é que alguém incomodado com o fechamento da estrada entre 7h e 10h30 tenha jogado o óleo na pista. Só que, até o trecho ser totalmente limpo e liberado, a via ficou interditada até 17h00, causando grande impacto no comércio de Morretes, que depende dos turistas que descem de Curitiba.

Além disso, os infratores poderão responder por crime ambiental, uma vez que o ato aconteceu dentro de uma área de preservação. "Estava chovendo, então parte desse óleo foi levado para os rios da região", comenta o sargento.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.