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Olhar Olímpico

Como assim?? EUA são expulsos da Federação Internacional de Futebol Americano

Demétrio Vecchioli

14/05/2017 04h00

Enquanto a NFL, principal liga de futebol americano profissional, aumenta seu poder global e amplia o número de jogos no exterior, o "Lado B" da modalidade vive uma guerra de poder. Nesta semana, a Federação Internacional de Futebol Americano (IFAF) anunciou que não reconhece mais a USA Football, criada pela NFL, como entidade governante do futebol americano amador nos Estados Unidos.

A alegação é que a USA Football tem promovido seguidas violações do código antidoping da IFAF e, consequentemente, da Agência Mundial Antidoping (Wada). Ainda segundo a IFAF, os americanos não disponibilizaram nomes e contatos de atletas para o programa antidoping da Agência Antidoping dos EUA (USADA).

Mas a USA Football tem ignorado os pedidos porque não reconhece essa IFAF, sediada na França, como a federação reguladora do futebol americano amador no mundo. No entender da USA Football (e de diversas outras entidades nacionais, como a brasileira), quem manda na modalidade é a IFAF de Nova York. As duas têm o mesmo nome e o mesmo logo e foram separadas após um racha em 2015.

O problema é que a IFAF Paris é reconhecida, entre outros, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). E será ela a responsável por organizar a competição de futebol americano dos Jogos Mundiais, uma espécie de Olimpíada de esportes não-olímpicos, que serão realizados em julho na Polônia.

Do outro lado, a IFAF Nova York tem o apoio político e financeiro de quem realmente importa: a NFL, que foi deu suporte para a criação da USA Football. Além dos EUA, também Brasil, Canadá, Austrália, Reino Unido, México e Finlândia reconhecem o órgão sediado em Nova York como quem manda no futebol americano amador, a ponto de ter programado um Mundial Feminino para o Canadá ainda este ano.

As duas entidades racharam em meio ao Mundial de 2015, disputado em Canton (Ohio), onde fica o Hall da Fama do futebol americano. Foi a quinta edição do Mundial, a terceira com a participação do tricampeão EUA, que escala apenas atletas amadores. O Brasil jogou e ficou em sétimo. O MVP do torneio foi quarterback Trent Steelman. Após o Mundial, ele chegou a ganhar uma chance no Baltimore Ravens, mas foi dispensado após a pré-temporada

O caso já foi levado à Corte Arbitral do Esporte, que é quem vai decidir quem realmente manda no futebol americano amador. Até agora, as audiências não foram marcadas.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.