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Olhar Olímpico

Por que esse ciclista argentino corre com o Brasil na cabeça?

Demétrio Vecchioli

11/05/2017 04h00

Divulgação/Confederação Pan-Americana de Ciclismo

Em momento de crise no ciclismo de pista brasileiro, com diversos casos de doping, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) optou por não levar nenhum atleta para a prova principal do Campeonato Pan-Americano, disputado no fim de semana passado na República Dominicana. Mas, como pode ser visto na foto da chegada da prova, o capacete do Brasil estava lá… protegendo a cabeça de um argentino.

O ciclista na foto é Francisco Chamorro, de 35 anos, tetracampeão da Copa América de Ciclismo (prova disputada em São Paulo) e que terminou no quarto lugar a prova de resistência do Campeonato Pan-Americano, no domingo, atrás de dois colombianos e um mexicano. Por décimos de segundo, não chegou ao pódio.

Ainda que defenda a Argentina, Chamorro é tratado como brasileiro no pelotão. Radicado por aqui desde 2003, passou por diversas equipes até se firmar em São José dos Campos, onde está desde 2009 – exceção à temporada 2012, quando competiu por uma equipe Sorocaba. Desde 2013, ele é um dos principais atletas da Funvic, única equipe brasileira com credencial para o circuito profissional da UCI.

No caso do Pan, o capacete com as cores do Brasil tem uma explicação mercadológica. "A seleção argentina me proporciona capacete de outra marca, mas eu tenho que correr com os capacetes da Catlike, que são os oficiais da Funvic/Brasil Pro Cycling", explicou Chamorro ao blog. A Funvic tem dois tipos de capacete, mas ambos homenageiam a bandeira brasileira.

Apesar de não ter enviado ciclistas para a prova adulta masculina, o Brasil teve bons resultados no Pan. Atleta da Funvic, Wellyda dos Santos, de 21 anos, foi medalhista de prata na prova de resistência, ficando com o ouro no sub-23 (a corrida é uma só, com duas premiações). Tatielle Valadares foi bronze no sub-23.

Já no masculina a prova sub-23 foi realizada à parte da elite. Os brasileiros Caio Godoy e Lucas Ribeiro ficaram no quinto e no sexto lugar, respectivamente. Caio e Tatielle também são da Funvic.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.