Santiago como sede do Pan pode ajudar Nuzman a chegar à presidência da Odepa

Buda Mendes/Getty Images

Carlos Arthur Nuzman tem grandes chances de ser eleito, nesta quarta-feira, para ser o presidente da Organização Desportiva Pan-Americana, a ODEPA, pelos próximos quatro anos. A eleição acontece em Punta del Este, no Uruguai, e o brasileiro tem agora só dois adversários: o chileno Neven Ilic e o dominicano José Joaquin Puello, dois nanicos na comparação com o tamanho político do presidente do Comitê Organizador da última Olimpíada.

São 41 comitês nacionais, boa parte deles de países do Caribe com menos de um milhão de habitantes. E isso significa que o resultado da eleição é uma grande incógnita a poucas horas da votação. Nuzman, porém, ganhou um trunfo de última hora.

Na sexta-feira, o Comitê Olímpico da Argentina anunciou a desistência da candidatura de Buenos Aires pelos Jogos Pan-Americanos de 2023. Com isso, sobrou apenas a candidatura de Santiago, que deverá ser aclamada sede do Pan de 2023. Ilic é o principal nome à frente desse pleito e tende a comandar o Comitê Organizador. Dar a ele também a presidência da ODEPA seria um acúmulo pouco saudável de poder.

O chileno já garantiu que não vai retirar a candidatura à presidência da ODEPA, dizendo que sua candidatura está "mais forte do que nunca", mas não será surpresa se ele passar seu capital político para um dos dois rivais – Puello ou Nuzman, ambos septuagenários e com a organização de um Pan no currículo.

Nuzman praticamente não falou com a imprensa sobre sua candidatura à ODEPA. Não contou nem mesmo se pretende deixar a presidência do COB, que seria assumida pelo vice, Paulo Wanderley, que elegeu sucessor na CBJ e deixou a entidade do judô. Ao que tudo indica, já pensando no momento em que comandar o COB.