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Olhar Olímpico

Após culpar beijo em prostituta por doping, rival de Thiago Braz revela ser gay

Demétrio Vecchioli

25/04/2017 17h05

(Michael Steele/Getty Images)

Atual campeão mundial do salto com vara e um dos principais rivais do brasileiro Thiago Braz, o canadense Shawn Barber revelou na segunda-feira que é homossexual. Ele recorreu a uma breve postagem no Facebook para tornar pública sua orientação. "Gay e orgulhoso. Obrigado aos meus pais pelo grande suporte. Eu continuo a crescer como pessoa e tenho um grande grupo de apoio", postou.

Barber tem 22 anos e, ainda que nascido no sul dos Estados Unidos, defende o Canadá no atletismo. Ele surpreendeu ao ganhar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em casa, com direito a recorde da competição (5,80m). Dias depois, faturou o título mundial, o primeiro do atletismo canadense em 12 anos. Nos Jogos Olímpicos do Rio, ficou apenas no 10.º lugar.

Ele, porém, quase não participou da Olimpíada, depois de ter testado positivo para cocaína em exame antidoping realizado na seletiva canadense, em julho. O caso só foi revelado depois de encerrados os Jogos. Mesmo o julgamento, dois dias antes da final do salto com vara, em plena Olimpíada, foi mantido em sigilo pelos canadenses.

Barber conseguiu provar sua inocência alegando que procurou por um "encontro casual" em um site especializado para "aliviar o stress" durante a seletiva canadense, realizada em Edmonton. Ao descrever a mulher que procurava, deixou claro que ela precisava ser "livre de drogas". Esse detalhe acabou salvando a carreira do saltador, uma vez que o tribunal entendeu que ele tomou as medidas necessárias para não se envolver com nada ilícito.

A profissional contratada, que compareceu ao julgamento, revelou que cheirou cocaína cerca de três horas antes do encontro e depois, voltou a cheirar a substância no banheiro da suíte de Barber no hotel. O atleta contou que ficou por meia hora com a mulher, a quem beijou sem notar um "gosto estranho". Ali, porém, ele teria ingerido uma pequena dosagem de cocaína. Ainda que o comitê olímpico canadense tenha pedido uma suspensão de quatro anos, ele foi apenas advertido.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.