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Olhar Olímpico

Queniana bate recorde mundial da maratona sem quebrar recorde da própria prova

Demétrio Vecchioli

23/04/2017 13h41

(Alex Broadway/Getty Images)

Caiu neste domingo, após longos 12 anos, o recorde mundial feminino da maratona. O feito foi alcançado pela queniana Mary Keitany, de 35 anos, que venceu a Maratona de Londres com o tempo de 2h17min01s, 41s mais rápida que a antiga marca da britânica Paula Radcliffe, que já durava 12 anos. O feito vale como recorde mundial, mas não como recorde da prova, numa situação bastante peculiar.

A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) chama o feito de "recorde mundial de apenas mulheres", porque, em 2003, Radcliffe correu a Maratona de Londres em 2h15min25s. Naquela prova, porém, a britânica foi ajudada por dois "coelhos" homens. Depois disso, a IAAF proibiu esse tipo de recurso.

Para não invalidar esse grande feito de Radcliffe, a IAAF passou a considerar dois recordes mundiais femininos. O de provas que contaram apenas com mulheres e o de provas mistas, que segue com Radcliffe até que alguém consiga unificá-los, o que parece que ainda vai demorar muito.

Neste domingo, Keitany até tentou. Puxada pela companheira de treinos Caroline Kipkirui, ela completou a primeira metade da prova num ritmo melhor do que o da marca de Radcliffe de 2003. Mas ela não aguentou manter a mesma velocidade na metade final. Bateu um recorde, não o outro.

A etíope Tirunesh Dibaba completou em segundo, em 2h17min56s, melhor marca da carreira e apenas 14s mais lenta que o antigo recorde de Radcliffe. Aos 31 anos, a bicampeã olímpica dos 10.000m (Pequim e Londres) mostrou que tem fôlego para logo tentar tirar o recorde de Keitany.

A prova masculina foi vencida pelo jovem queniano Daniel Wanjiru, de apenas 24 anos, que completou em 2h05s48, seguido pelo etíope Kenenisa Bekele, outro bicampeão olímpicos dos 10.000m (Atenas e Pequim). Wanjiru já havia vencido duas vezes em Praga (2015  2016) e ganhou em Amsterdã no ano passado, com recorde da prova. Agora, vai entrar de vez no hall dos melhores da atualidade – o que deve render a ele convites para as provas mais rápidas.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.