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Olhar Olímpico

'Embaixadores', ex-jogadores de vôlei ganham valor maior que Bolsa Pódio

Demétrio Vecchioli

20/04/2017 04h00

Da esquerda para a direita: Sandra Pires, Nalbert, Maurício, Fofão, Marcelo Negrão e Pará

O Banco do Brasil entrou em contato com o blog na tarde desta quinta-feira para informar que publicou erroneamente os contratos no Diário Oficial da União. Os valores, que no DOU apareciam como sendo referentes a 20 meses, na verdade valem para oito meses, apenas. Desta forma, o Olhar Olímpico refez o texto publicado na manhã desta quinta. A nova versão pode ser lida abaixo.

Dez medalhistas olímpicos do Brasil assinaram novo contrato com o Banco do Brasil para fazerem parte do programa "Embaixadores do Esporte" até o final de 2018. O programa existe desde 2003 e tem como principais embaixadores os ex-jogadores de vôlei de quadra Maurício e Marcelo Negrão. Na nova leva de contratos, Serginho, Mari e Dante não renovaram, sendo substituídos por Emanuel, recém-aposentado como jogador de vôlei de praia.

De acordo com o Banco do Brasil, pelos próximos oito meses, esses 10 garotos-propaganda do Banco do Brasil vão dividir R$ 844,8 mil. Em 2018, o investimento será mantido, diluído por 12 meses. Na última leva de assinaturas de contratos, no final de 2015 a estatal acertou pagar R$ 1,357 milhão por acordos de 14 meses. Ou seja: comparativamente, houve um aumento de 17% nos investimentos do banco em 2017.

Todos esses jogadores (Fabi e Sheila) e ex-jogadores poderão receber mensalmente mais do que o governo federal paga aos atuais jogadores da seleção brasileira por meio do Bolsa Atleta: R$ 3,1 mil – atletas de modalidades coletivas não têm direito à Bolsa Pódio. Os valores pagos não são fixos, uma vez que um embaixador pode se recusar a participar de uma ação – aí, não receberia o valor correspondente.

Emanuel, por exemplo, poderá receber até R$ 101 mil pelos próximos oito meses. Considerando uma média mensal de R$ 12,5 mil, é mais do que ele recebia como integrante do Bolsa Pódio. Marcelo Negrão, Virna e Sandra Pires também estão nessa faixa. Acima deles, só Maurício, com R$ 125 mil pelo mesmo período – uma média de mais de R$ 15 mil por mês, cinco vezes o valor da Bolsa Atleta na categoria olímpica.

A primeira vez que o Banco do Brasil publicou os valores pagos no programa foi no final de 2014, quando o ex-levantador, por exemplo, acertou receber R$ 265 mil por 12 meses de contrato. Na renovação seguinte, os valores foram mantidos, mas por um contrato de 14 meses.

De acordo com o Banco do Brasil,  as principais atividades dos embaixadores são: participação em visitas e sessões de autógrafos, cessão de imagem para campanhas e ações promocionais, participação nas áreas VIP do Banco do Brasil montadas nos eventos de vôlei de praia e indoor, participação em eventos exclusivos, visitas a hospitais e instituições parceiras.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.